A
história de Vila Brasilândia confunde-se com a história de amor vivida pelo casal Brasilio e Tereza Simões. O território brasilandiense
originou-se através de vários loteamentos. Brasilândia é o produto do desmembramento de inúmeros sítios e chácaras existentes
nas primeiras décadas deste século. Em um destes sítios viveu o Sr. Brasilio Simões, cultivador de cana-de-açúcar e fabricante
da Caninha do Ó, conhecida aguardente da época.
A Rua Parapuã, na época uma estreita trilha, iniciava-se à altura
do 2200 da Av. Itaberaba, onde hoje está a Igreja Santa Cruz de Itaberaba. Uma pequena porteira servia de entrada para as
vilas que se iniciavam. Grande parte da área que ladeava a embrionária Rua Parapuã pertenciam à Família Siqueira.
Com
o desenvolvimento do País, do Estado e da Cidade, Brasilândia também sofreu modificações. Os sítios foram desmembrados em
pequenas vilas e grande parte foi adquirida por diversas companhias loteadoras, entre elas a Cia. Líder, que era ligada ao
Banco F. Munhoz.
Recordando um pouco da história, lembramos que a questão habitacional, passa pela problemática dos
cortiços, que já era um grande desafio para os governantes desde 1896, quando foi elaborado o código de Posturas do Município
de São Paulo, com um capítulo intitulado "Cortiços, casas de operários e cubículos". Interessa esclarecer que, pelo fato de
as construções de cortiços serem vedadas nas zonas centrais ou comerciais, é justamente nas áreas mais problemáticas e
recém integradas ao perímetro urbano do município, que eles se disseminaram.
Os governos paulistanos preocupando-se
com a beleza e o saneamento no centro da cidade, executaram reformas urbanas, como a do início de 1910, que, alargando as
ruas e derrubando os cortiços, promoveram um verdadeiro êxodo dos proletários em direção à periferia, pois os imóveis que
resistem à demolição têm seus aluguéis aumentados em até 200%.
E são exatamente essa famílias, fugindo dos altos aluguéis,
que passam a adquirir lotes residenciais na iniciante Brasilândia. Somavam-se, ainda, famílias vindas do interior, em busca
de melhores condições de vida.
Como essas pessoas já se conheciam anteriormente, a Brasilândia, em seu início, era
como uma grande família e todos viviam em comunhão. A grande maioria das casas foram construidas pelos próprios
moradores, em mutirão, onde um vizinho era ajudado pelo demais e, assim, o bairro foi crescendo.
O primeiro loteamento
em Brasilândia, a cargo da Cia. Líder, foi registrado em 24 de janeiro de 1947. Esta data foi estabelecida através de levantamento
realizado pelo Jornalista Célio Pires de Araujo, junto ao Registro de Imóveis. Por iniciativa do Vereador José Viviani Ferraz,
visando atender solicitação feita pelo morador Zezinho Rodrigues, elaborou-se Projeto de Lei número 11.342, de 10 de novembro
de 1992, relativo à data. O então Prefeito, Paulo Maluf, decretou a data como sendo "O Dia da Brasilândia", à ser comemorado
todos os anos. Assim sendo, o dia 24 de Janeiro ficou sendo o Dia Oficial de Brasilândia.
Em 28 de fevereiro de 1964,
através da Lei no 8092, Brasilândia foi elevada a 40o Subdistrito da Capital, delimitando-se com Freguesia do Ó, Pirituba
e Perus, englobando as vilas que estão neste espaço. A Brasilândia é maior, em extensão e população, do que muitas cidades
interioranas.
No início, pequenas chácaras e pequenas vilas formavam o território brasilandiense. Entre elas: Vila
Nina, Vila Áurea, Vila dos Portugueses, Vila Serralheiro, Jd. Itaberaba, etc.. Várias famílias escreveram a história do bairro:
Famílias Teresa Simões, Bonilha, Budin, Algante, Okada, Yamazaki, Ono, Rodrigues, Souza, Campos, Santos, Gomes, Cardoso, Antonio
Cruz, Gatto, Caetano Pinto, Galdino, Pereira dos Santos, Fraga, Guilherme, Soares, Tille, Pita, "Chico Baiano", Compri, Conzales,
Zolezzi, Linge, Barbosa, Pavão, Brugnera, Revite, Albano, Coiro e muitas outras.
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